Monday 28 March 2016

Bom dia, Baía


Uma folha em branco.
Um recomeço.
Uma nova oportunidade de fazer diferente. Ou igual, mais uma vez!
A harmonia dos sentidos. O quebrar do silêncio!
Um milagre, um sinal de que estamos aqui. Vivos!
Mais viva do que muitas vezes, mais serena do que alguma vez.
É assim que me sinto!
Mergulhada na penúmbra, espraio-me na rede e fecho os olhos.
Confortavelmente envolta no semi casúlo. 
Espesso, morno, húmido, sopra-me o vento. Deixo-me levar, faço-me parte da natureza!
Não nasci de olfato apurado. Camuflada, escuto antes a melodia da renúncia.
O abondono ao ontem orquestrado pelo despedaçar ritmado das ondas na areia.
Junta-se a folhagem tropical que se inquieta. O ritmo é suave e lento.
Entram depois os agudos. Ariscos, ousam interferir com a perfeição.
Jovialidade coberta de penas, empenhada em nos despertar do sono.
Um sono que, aqui, é um criminoso desperdício!
Abro os olhos sem pressa e, enquanto escrevo, inundam-me os primeiros raios deste dia.
Todos os tons que não conheço pelo nome. Como descrever o fogo?
Perco-me, perdem-se as palavras.
Desponta a luz bem ao longe, no horizonte, sobre aquele mesmo oceano.
Vejo-o hoje do outro lado, vejo-o de forma diferente!
Tento guardar tudo cá dentro. Ou talvez deitar tudo fora. Não sei.
Transbordam as emoções e não consigo escrever mais.
Pouso o caderno, a caneta e junto-me a eles.
Não posso faltar ao momento.
Celebrar este novo dia!

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