Sunday 17 April 2016

Livros e canecas.... Canecas e Livros!



Conversava com uma amiga sobre livros (coisa estranha!), as últimas leituras, as nossas escritas. Não devemos chorar sobre leite derramado, neste caso, em cima da capa de um livro, literalmente. Um crime, eu sei! Mas, quem tem filhos, tem tudo! E o que achaste do capítulo que te enviei? Perguntava ela. Adorei, vai escrevendo, quero mais, pleeease!
A meio da conversa, para desanuviar, falei-lhe da minha caneca nova da Starbucks, como se de notícia de primeira página se tratasse. Estou apaixonada, entendam, e ela, ao invés de se calar e desatar a elaborar um plano para me internar com urgência, juntou-se a mim. Partilhou a sua coleção. Porcelanas por entre Duques e demais realeza, canecas grandes ou chávenas pequenas vão muito bem com umas, sei lá, 400 páginas, arredondando. Mergulhamos na conversa, entre canecas e livros.
Se vão dizer que somos loucas, trinquem antes a língua! É que eu resolvi pesquisar e afinal de contas a paixão comum por livros e canecas é uma doença grave e contagiante. Sim, contagiante e não contagiosa. Porque a palavra doença já é negativa quanto baste e aqui só falamos de coisas boas.
Então, encontrei blogues, sites e conversações online sobre livros e mais livros onde frequentemente figuravam as canecas mais charmosas. Ele é canecas temáticas (para bookaholics), ele é canecas sobre uma pilha de livros, canecas fumegantes com chocolate quente, chá ou cappuccino e, claro está... livros.  Mas não é só uma questão de estética, moda ou porque canecas e livros ficam bem juntos na fotografia. Esta ligação nasce dos hábitos do leitor e do conforto que nos dá uma bebida agradável enquanto lemos.
Aí estará, muito provavelmente, a origem. É apenas uma teoria! Mas admitam... é ou não é maravilhoso afundarmos numa poltrona, de pernas recolhidas, de livro aberto e caneca na mão, bebericando, lendo? Porque o livro transporta-nos para um outro mundo e a caneca de chocolate quente (supondo) relembra-nos que ainda estamos na terra, a desfrutar de um momento delicioso. A caneca deixa de ser um mero acessório e passa a ser uma companhia desejável ao nosso retiro de leitura. Uma companhia que alcança a proesa de nos interromper a meio de um capítulo empolgante e nem nos passa pela cabeça bater-lhe. Curioso, heim?
E se adoramos namorar a capa de um livro (não mintam!), como poderiamos não idolatrar canecas de todas as cores e feitios, moldadas para as nossas mãos, perfeitas para os nossos lábios? Impossível resistir a esta dupla! Então encham-se as nossas estantes de livros e canecas... canecas e livros!
Boas leituras!
Vai um chazinho?

Monday 28 March 2016

Bom dia, Baía


Uma folha em branco.
Um recomeço.
Uma nova oportunidade de fazer diferente. Ou igual, mais uma vez!
A harmonia dos sentidos. O quebrar do silêncio!
Um milagre, um sinal de que estamos aqui. Vivos!
Mais viva do que muitas vezes, mais serena do que alguma vez.
É assim que me sinto!
Mergulhada na penúmbra, espraio-me na rede e fecho os olhos.
Confortavelmente envolta no semi casúlo. 
Espesso, morno, húmido, sopra-me o vento. Deixo-me levar, faço-me parte da natureza!
Não nasci de olfato apurado. Camuflada, escuto antes a melodia da renúncia.
O abondono ao ontem orquestrado pelo despedaçar ritmado das ondas na areia.
Junta-se a folhagem tropical que se inquieta. O ritmo é suave e lento.
Entram depois os agudos. Ariscos, ousam interferir com a perfeição.
Jovialidade coberta de penas, empenhada em nos despertar do sono.
Um sono que, aqui, é um criminoso desperdício!
Abro os olhos sem pressa e, enquanto escrevo, inundam-me os primeiros raios deste dia.
Todos os tons que não conheço pelo nome. Como descrever o fogo?
Perco-me, perdem-se as palavras.
Desponta a luz bem ao longe, no horizonte, sobre aquele mesmo oceano.
Vejo-o hoje do outro lado, vejo-o de forma diferente!
Tento guardar tudo cá dentro. Ou talvez deitar tudo fora. Não sei.
Transbordam as emoções e não consigo escrever mais.
Pouso o caderno, a caneta e junto-me a eles.
Não posso faltar ao momento.
Celebrar este novo dia!

Friday 30 January 2015

Naturalmente



Sou naturalmente curiosa.
Vou na rua a passear, estou numa esplanada a beber um sumo natural, numa fila de supermercado ou sentada no assento de um avião e não consigo evitar tentar adivinhar como é a história das pessoas que me rodeiam. O que faz da vida? Como é a casa onde vive? Tem filhos? Quais são os seus sonhos? Arrependimentos? O que está aqui a fazer e para onde vai? Parece um pouco coscuvilhice, eu sei, mas estas perguntas todas nunca chegam a deixar a minha cabeça. Descansem! Raramente chego a saber as respostas que, por mera curiosidade, adoraria conhecer.
Limito-me a observar discretamente e a fazer as minhas próprias conjeturas. Se aquela pessoa que está ao meu lado na paragem do metro soubesse que eu já fiz dela fotógrafa, sem o ser, e lhe dei três filhos rebeldes que nunca teve… É inevitável.
Sou naturalmente observadora.
Talvez por me cativarem tanto as histórias de vida, pessoas fortes que mudaram a sua história a certa altura, vidas que fogem em muito ao conceito comum que nos entedia, excêntricos. Por isso sou apaixonada por livros de casos da vida e talvez também por isso tenha criado as histórias que escrevi nos meus livros.
A vida em si e os diferentes caminhos e reviravoltas fascinam-me. A minha própria história já teve muitos futuros imaginários que nunca vieram a acontecer. Outros sim. Não lamento de modo algum o caminho que percorro, apenas não consigo evitar imaginar diferentes estradas e o que poderia acontecer se as seguisse. Porque a vida de cada um se faz de passos tomados e outros que deixamos de dar, de oportunidades e ações que nos levam a um determinado porto. Não acho que seja como um labirinto em que uma decisão errada nos pode conduzir a um beco sem saída. Não acredito nisso! Essa decisão apenas nos levará a outro cruzamento em que teremos que escolher novamente o caminho.
Li em algum lado, uns anos atrás, que uma escritora (se não me engano) se sentou numa cadeira, no meio da rua, colocando outra vazia ao seu lado e uma placa no chão dizendo: “Ouvem-se histórias de Amor”. E quem quisesse fazia-lhe companhia contando o seu próprio romance. Ora aqui está uma ideia fantástica para se aprender mais sobre a humanidade, conhecer uma infinidade de possibilidades e caracteres. Uma ideia carregada de coragem e originalidade.
Quem sabe um dia ganho também coragem e toco no ombro da pessoa à minha frente na fila de supermercado e pergunto: “ Leva essas batatas fritas e sumos todos... Vai dar uma festa? O que celebram?” E acrescento “Desculpe a pergunta…”. Se bem que o pedido de desculpas dificilmente me livraria de uma acusação menos simpática. Está bem. Provavelmente ficar-me-ei pela curiosidade, entregue à imaginação. Até porque não as coisas funcionarem ao contrario? Porque não a ficção alimentar as vidas das pessoas com sugestões e mudanças? Já vi acontecer.
Sou naturalmente sonhadora. Mas não me julguem!  

Thursday 6 November 2014

Momentos no singular

Com tudo pronto, mais que pronto, enquanto (des)espero que a natureza se digne trazer-me o nosso novo rebento ao mundo... vou fazendo e refazendo listas daquilo que posso ainda tratar ou adiantar antes do grande encontro.
Entre listas, que sempre foram meu vício, últimos retoques, recados aos familiares e controlo de ansiedade, minha e da primogénita, vou deixando a mente que nunca descansa perder-se em trauteios silenciosos para os demais.
Foram 9 meses em que estive constantemente acompanhada, nunca verdadeiramente só, mesmo quando ainda mal sentia, dentro de mim, esta ondulação impossível de ignorar. Hoje estava num daqueles momentos de perna ao alto no sofá, "Será que é p´ra hoje?", "Eu sei que lá fora chove, mas não estavas melhor embrulhado na mantinha?", a ler uma revista e não, não falo sozinha, mas o artigo era precisamente sobre isso! Não sobre falar sozinha, antes sobre a nova tendência apelidada de JOMO - joy of missing out. Nunca tinha ouvido falar! Vocês já?
Contudo, mesmo assim, depois de me debruçar (metaforicamente, claro, que esta barriga já não deixa) sobre o tema, identifiquei-me de imediato.
Sou pessoa que gosta de falar, quem me conhece sabe disso. Gosto de estar junto da família, rir com as amigas e viajar pelo universo psicadélico das redes sociais. Mas também tenho e necessito dos meus momentos de reclusão em que o encontro marcado é comigo e mais ninguém. Adoro estar num café enterrada numa poltrona a ler ou escrever apenas na minha enfadonha e muda companhia (é assim que a quero) e do cappuccino, obviamente! Não dispenso os meus momentos de introspeção, nem que seja 5 minutos no duche,  e compras, para serem produtivas e indolores para todos... só sozinha!
Houve tempos em que uma ida sozinha ao cinema ainda entrava na equação ao belo estilo JOMO. Hoje em dia as idas ao cinema são raras e substituídas por comédias à la carte no tapete da sala protagonizada pela doçura (ou travessura) de menos de um metro de altura cá de casa.
Não viveria plenamente senão rodeada por aqueles de quem gosto e me fazem bem, mas sou também feliz quando sozinha. Como se recarregasse baterias e relaxasse para que os outros me "suportem" melhor.
Nova tendência ou não de nome JOMO, para mim já é velha! E assim que na minha barriga apenas nadem disparates culinários, entre horas do leite, cocós, birras e miminhos... lá arranjarei forma de "JOMAR" uns minutitos.

Tuesday 22 July 2014

Voltei!

Pois é... Sei que tenho andado ausente deste meu cantinho. Mais do que gostaria! Mas foi um afastamento involuntário que arrisco dizer já passou. Já explico.
Primeiro, gostaria de saber o que têm feito. 
Estão a preparar as malas para as férias ou já foram? 
Para onde vão? Praia, campo, montanha, passear ou ficar em casa? 
O que andam a ler? 
Contem! Contem!
Para o meu lado, muito se tem passado nestes últimos tempos, mas muito pouco relacionado com a escrita ou o mundo encantado dos livro!
Por uma estranha reação do meu organismo a uma poderosa alteração hormonal, daquelas que passam em nove meses (mais coisa, menos coisa) não tenho sido capaz de me aproximar das letras. Vejam lá que até o cheiro do papel me revolvia o estômago e só de pensar em ler (até os meus livros)... Nem vos digo, nem vos conto!
Entretanto, descobri que se lêsse em formato digital o enjoo não era tão grave e acabava por não superar a vontade de ler. Não descansei enquanto não comprei o meu bichinho - o kindle de capa verde. Adoro ler no meu bichinho, mas não há nada que se compare a folhear um livro. Até porque não posso bater com o kindle na mesa se alguma personagem me estiver a irritar e não convém chorar para cima do ecrã.
Contudo, com o tempo o meu estômago foi ficando mais discreto e já voltei a ler livros em papel. Não inspirei ainda o seu cheiro, não vá o Diabo tecê-las! Já fico feliz por ter voltado a «suportá-los».
Por isso... Estou de volta! E feliz por regressar ao nosso mundo encantado.

Wednesday 12 March 2014

E para o ano há mais!



Li há uns dias numa revista feminina um artigo sobre mitos ligados às férias. O que mais cativou a minha atenção foi o de acharmos que vamos de férias recarregar baterias. Será mesmo um mito? Pus-me a pensar no assunto e… acabei por concordar!
Ora, aguardamos as férias sempre como uma criança espera a chegada do Pai Natal, mas o presente pode sair envenenado. Está claro que as férias nos dão tempo, melhor… tempo livre! As férias são para fugir à rotina, fazer aquilo de que mais gostamos ou conhecer novos lugares e culturas, são simplesmente para descansar ou dançar, cantar e até fazer uma boa dose de loucuras. É inegável toda a cor e prazer que as férias nos dão! Enquanto duram…
Na verdade, nos últimos minutos das nossas férias ficamos com um travo amargo na língua enquanto desfazemos as malas. O conhecido trauma de fim de férias (ou preparação do regresso ao trabalho). Aí, começamos a rever nas nossas cabeças o filme idílico dos últimos dias e deixámo-nos invadir pelo saudosismo e nostalgia. Como quando o verão chega ao fim e pensamos “E para o ano há mais!”. E sai o profundo suspiro! É ou não é?
Juntamente com esse suspiro, quantas vezes não vem também o desejo de largar tudo e abrir um bar na praia ou perder a cabeça e viver a fazer voluntariado, meditar na Índia ou mesmo dar a volta ao mundo à boleia? Tudo nos passa pela cabeça nesses últimos segundos que restas das férias. Tudo… menos regressar ao trabalho no dia seguinte.
É aí que ouvimos o estalido dentro da nossa cabeça, é aí que nos apercebemos que, apesar de inesquecíveis e maravilhosas, as férias não nos recarregaram baterias de verdade, mas antes recordaram-nos o quão cinzento o nosso dia a dia consegue por vezes ser. E não queremos voltar. Ai! Os primeiros dias de pós-férias são tão duros… Era suposto voltarmos mais motivados que nunca e cheios de garra! Mas não. Entramos numa marcha fúnebre… “Que tal foram as férias?” ao que respondemos “Passaram rápido demais!”. Na verdade eles parecem mais felizes que nós. Não deveria ser ao contrário?
Contudo, por vezes sabe melhor acreditar no mito, o Pai Natal continua a existir e as férias recarregam baterias! Sim! Recarregam baterias! Até porque, mesmo que custe horrores voltar ao trabalho, ficam guardadas com carinho as deliciosas recordações que serão para sempre nossas e darão cor aos nossos dias cinzentos sempre que pensarmos nelas. Até porque… não é por custar voltar que deixaremos de ir de férias! Um grande VIVA às FÉRIAS!!!

Thursday 6 March 2014

Chegou!

Chegou ontem às minhas mãos o primeiro exemplar do meu novo livro “Perto de Ti, Longe de Nada”. A doce materialização de mais um sonho concretizado.
Não é fácil descrever a sensação de, depois de meses de trabalho e dedicação, por fim sentir, passar a mão sobre a capa do meu livro e dizer-lhe “Olá”, cheirá-lo (sim!), folheá-lo… e o mais ridículo… lê-lo como se fosse a primeira vez! Como se não tivesse sido eu a escrevê-lo.
É um momento especial, tão especial como o seu lançamento. Mas diferente... Neste momento sinto-me possessiva! Quero-o só para mim, lambê-lo e mimá-lo como se fosse uma cria! A minha cria.
E mesmo tendo já encontrado pormenores que necessitam ser aperfeiçoados antes de definitivo, ele continua lindo, perfeito para mim!  

Mas não se preocupem! Brevemente será partilhado convosco, estará nas vossas mãos, poderão tocar (cheirá-lo, também) e mergulhar nestas páginas que agora só eu folheio! A história deixará de se repetir apenas na minha cabeça ou encontrar-se desmaiada nas páginas deste livro, passando a estar viva através de cada um de vocês, os meus leitores. Será breve… brevemente! Curiosos? J